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5.29.2011

Estamos todos aqui, para que não se sabe
Pixem os muros das catedrais
O firmamento irá nos engolir
Mortos, vivendo uma sobrevivência
E do que vale esse pranto?

Uma nuvem de nicotina entrelaça o céu
Cães nas calçadas proclamam que
As melhores coisas são as mais obsoletas
E a redundância é desgastante
Portanto, escolha sua melhor prece
O fim aproxima-se de suas orelhas

Beba seus drinques e fume seus cigarros
Lembre das canções antigas
Tempos em que tínhamos ambições
Faça sua casa na cidade que mais gosta
A vida é sem avisos, além do mais
Tem algo que eu queria lhe contar.

5.16.2011

Em algum lugar do espaço-tempo.

O que eu estou fazendo comigo mesmo? Eu não sou de pedir desculpas, mas já perdi a conta de quantas vezes eu me arrependi. Eu queria tanto poder ouvir sua voz. Você me disse uma vez que eu nunca te daria todo o meu amor em vão, mas agora eu tenho tanto medo de te perder. Eu encho minha mente de perguntas, um bocado delas envolve você. Me diga como você se sente. Porque você deveria se sentir amada. Eu queria simplesmente deixar isso acontecer, e isso deveria ser bem mais fácil. Agora eu pago por ser paranoico, eu pago por ser louco, eu pago por precisar de você. Fora de mim existe um mundo, mas eu me recusarei a viver nele. Hoje eu sei, guardo menos rancor, dou mais valor a coisas verdadeiras. Nada me distancia de você e eu adoro isso. Eu fico meio disléxico, meio inconsciente. Não quero que chore por mim, é difícil dizer isso porque eu já chorei por você. Eu deslizo no seu amor, é uma paz rara que eu encontro em você. Eu te peço que sonhe, eu te peço que te acredite.

Faz tempo...

Quando eu era moleque...
Andava e caía de bicicleta
Bri(ncava)gava com meu irmão
Me divertia falando em frente ao ventilador
Minha mãe dizia: Cerveja é refrigerante de adulto
"Morango do Nordeste" tocava na rádio direto
Pedia benção aos meus pais
Eu queria ser policial
Gostava de ir pra casa dos meus avós
Bolacha recheado só de morango, chocolate nem pensar
Ficava feliz ao ganhar confeito.

Acostumado.

Já estou acostumado com esses rostos cinza, com essa vida preta em branca, com esse cotidiano tão "basic", com essas expressões amadeiradas, com esses sentimentos mórbidos, com essa superficialidade implícita, com essas flores sem cor, com esses papéis rabiscados, com esses gestos ingratos, com essa inquietação inquietante, com esses excessos patéticos, com esse preconceito enrustido, com essas meias-palavras, com essas mentiras maquiadas de verdade, com essa vergonha explícita, com essa moral auto-depreciativa, com essa justiça encaixotada, com esses blocos sociais, com essa cabeça pesada e esse aperto no coração. Com esse sistema fechado.

5.15.2011

Tudo volta para como era antes. Você não pode sentir se não vê, você não pode ver se não se entregar. Agora eu não sei se devo. Um olhar pode dizer tudo, mas eu não tenho ideia do que você quer dizer. Eu sinto falta apenas do que me faz bem. Desça do seu universo paralelo e verá como a verdade pode ser provocante. Estou perdido dentro de mim mesmo. Você nunca chegaria perto de compreender. O que me resta? Esta vontade infindável de partir pra outro plano.

5.06.2011

Com S, por favor.

Bombas e gás lacrimogêneo
Fumaça e estilhaços de vidro
Máscaras e sangue nos corpos
Cicatrizes de uma indignação inquietante
Permanecem me perturbando
Soando em minha mente como o meu destino.