Palpito
em silêncio sobre o que se passa
Na
cabeça desses seres andantes a minha volta
[Pensantes?
Sou
sim um paranoico cheio de dúvidas
E
sentimentos tão supérfluos no peito
A
quererem saltar para o inferno da realidade
Escuto discussões
acidentalmente, desnecessárias
Obsoletos
são os diálogos em meio a multidão
A
redundância desgasta o meu cérebro
Não
consigo fazer mais nenhuma prece
Irá
a nós o firmamento engolir finalmente?
Instiga-me
tanto essa igualdade em todos
De
agirem, mentirem e caminharem calados
Por
uma linha, para um objetivo tão pequeno
Para
a morte, atraídos pelo movimento retilíneo
De
suas vidas uniformemente conformadas
Escuto
uma canção que soa como um escárnio
Decadente
melancolia, é tão frustrante!
Crianças
choram ao cair da noite
Desilusões
metropolitanas tão surrealistas
Sonhos
dilacerados, destinos amaldiçoados
Dorme
a cidade, dorme também a vaidade
O
barulho se vai e posso descansar meus devaneios
Apesar
do desejo de ficar sempre acordado
Pelas
ruas, a clandestinidade mantém a noite viva
E
amanhã tudo será enfadonhamente igual.
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